Análise | Ms. Marvel Episódio 3: É hora das revelações!
Revelações, reviravoltas e a promessa de uma nova jornada, tudo isso envolto em uma camada de emoção que há muito faltava no MCU.
Há de se lamentar por “Ms. Marvel”. Não apenas a série está apresentando um novo personagem ao MCU, como também o Disney+ a colocou em uma competição por audiência contra ninguém menos que “Obi-Wan Kenobi” em seus três primeiros episódios. A informação dos baixos índices de audiência em seus dias de lançamento não é surpresa. Compare isso com outra estreia da Marvel que foi considerada uma aposta mais silenciosa, “Gavião Arqueiro”, com 1,5 milhão de espectadores, e à primeira vista você consideraria essa uma má notícia. Entretanto, “Ms. Marvel” está definitivamente encontrando seu público-alvo.
A estreia atraiu mais espectadores com idades entre 20 e 24 anos do que qualquer programa anterior do MCU, com um público mais diversificado. Nas palavras de Bruce Banner, “vejo isso como uma vitória absoluta”, especialmente considerando que o velho Ben Kenobi tem monopolizado os holofotes.
No terceiro episódio da série, “Destinada”, era hora de obter algumas respostas muito necessárias sobre o misterioso bracelete de Kamala e a história de sua família na Índia ocupada pelos britânicos. Mas quem se importa que Kamala Khan tenha as tristezas, ou sobre a situação inquietante dos Djinn, quando Obi-Wan está lutando contra Darth Vader? Bem, eu. O que é uma coisa boa, porque serei sua analista até o último episódio “Ms. Marvel”! Então, se você ainda tiver tempo para a história de Kamala esta semana com vários sabres de luz se chocando ruidosamente em outros lugares no Disney +, dou as boas-vindas!
Agora, vamos mergulhar nas descobertas desta semana. Acontece que a bisavó de Kamala, Aisha, e a atual líder clandestina, Najma, descobriram aquele bracelete em uma área saqueada na Índia enquanto tentavam escapar tanto da Partição quanto da nossa dimensão. E estava preso a um braço azul decepado, e deveriam ser dois. Braceletes, não braços. Embora, provavelmente, braços também. O bracelete não ajudou a Djinn a voltar para casa naquela época, pois Aisha desapareceu com ela logo depois. Eu não li os quadrinhos da “Ms. Marvel”, então não tenho certeza se Kamala já esteve conectada ao universo Marvel fora do núcleo dos Inumanos, mas como uma espectadora do MCU, esse braço azul grita “Kree” para mim. Essa seria nossa conexão com a Capitã Marvel aqui, suponho?
De volta aos dias atuais, os Djinn querem que Kamala use o bracelete para ajudá-los a retornar à dimensão de onde foram exilados e terminar o que Aisha começou, mas naturalmente seu charme desaparece quando Kamala e Bruno decidem que é muito perigoso fazer isso agora (obrigado Dr. Selvig) e Kamala logo está sendo caçada por eles no casamento de seu irmão, que sinceramente, parecia um momento muito divertido. Como eles ousam?
A paixão de Kamala, Kamran, felizmente não está de acordo com o plano desesperado e cruel de sua mãe e tenta intervir na confusão, mas durante o confronto não somente Kamran como também Bruno se machucam, e na tentativa de se proteger e proteger seus amigos, Kamala acaba expondo seus poderes para Nakia, que está chateada e confusa por Kamala não ter confiado seu segredo a ela. Bem, dados os seus comentários sobre como uma heroína adolescente “não está ajudando, só está piorando as coisas”, há de se compreender o receio de Kamala.
Ainda durante a batalha, Kamala e Najma “dividem” a visão de um trem quando a Djinn tenta agarrar seu bracelete, mas o que Kamala não sabia é que Nani também o vê e em meio a uma crise familiar, liga para a neta e exige que Kamala e sua mãe viajem para Karachi imediatamente. Então parece que, assim como em “Cavaleiro da Lua”, viajaremos junto com a protagonista.
Toda essa ação acontece nos últimos dez minutos do episódio, porque, ao contrário de algumas outras séries do MCU, a Marvel deliberadamente abre mais espaço para uma história baseada nos personagens, e isso nos permite passar um tempo vital com os amigos e familiares de Kamala. Como resultado, passamos a nos importar com cada um deles e não gostamos de ver Bruno se machucar. Não gostamos de ver Nakia tão arrasada pela jornada secreta de super-heróis de Kamala. Ficamos com raiva que a Djinn tenha arruinado o tão aguardado casamento de seu irmão. Ficamos chateados quando a mãe de Kamala, Muneeba, estende a mão para Kamala e pede suavemente que ela deixe a família ajudar em um momento em que eles deveriam estar furiosos com suas ações, e Kamala se recusa a se abrir.
Embora saibamos que coisas como estas renderão críticas de alguns fãs do MCU dizendo que o show é “meio” ou “muito lento”, eu realmente acho que essas cenas mais extensas da vida de Kamala são importantes, porque nos faz nos importarmos com o que acontece com os personagens em um jeito que não fazia quando assistíamos Bucky ajudando no conserto do barco da família de Sam em “Falcão e o Soldado Invernal”, ou quando Loki estava ensaiando um romance com Sylvie em “Loki”.
“Ms. Marvel” segue contrariando a fórmula do Disney + para o MCU ao criar algo um pouco mais significativo, fazendo-o com carinho e tomando seu tempo. Sim, é provável que a próxima metade da série tenha mais ação e mais participações especiais de outras estrelas do MCU, mas espero que nenhuma das carinhosas e entusiasmadas construções de personagens se perca quando tudo isso acontecer.